Eu me conheço bem. Ou seria melhor dizer que sei exatamente quem sou neste momento? Porque em alguns minutos, posso tornar-me irreconhecível. Crescer, regredir... Ou apenas mudar.
O ser é muito subjetivo, e está sujeito a constantes mudanças. Ou inconstantes. Aliás, a graça está justamente aí. Nisso de não se poder definir. A minha magia é a capacidade de mutação. Mudo o tempo todo, por qualquer razão.
Basta ouvir uma música, ver um filme, ler um texto, reencontrar alguém... E pronto! Já houve a mudança. Parece que soa um ‘clic’ na minha cabeça, e não sou a mesma pessoa. De um segundo para o outro, estou transformada, reinventada.
Talvez seja por isso que eu lido bem com paixões. É como uma topada. Desestabiliza, dói e incomoda. Mas logo depois, passa. E o máximo que acontece é você ter cuidado ao usar aquela sandália de novo, porque não tem boas lembranças de quando a calçou pela última vez.
Adoro metáforas! Fazem tudo parecer mais simples. As preocupações tornam-se bobas. E eu curto demais o que é simplificador. Afinal, tem coisa mais impulsionadora do que sentir-se idiota? Tratamos imediatamente de seguir. Para trás ou para frente. Mas saímos da inércia.
Eu estou sempre me importando com besteiras. Então, estou sempre em movimento. Senti, pensei, escrevi... Montes de nada. Mas o meu nada tem conteúdo. O meu nada faz diferença. Então, aproveite. E tente viver a sua mudança, qualquer que seja.
Porque eu já mudei. Não sou a mesma pessoa que começou a escrever esse texto. Agora não me reconheço... Sou mais leve, mais inteira, mais clara até mesmo pra mim.