Quem sou eu

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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Coisa




E hoje estou com essa coisa.
Essa coisa palpitante dentro de mim
Sinto-me presa em meu próprio peito.
E não é uma coisa das boas,
É daquelas coisas que batem e ficam
Que gritam, agitam e perturbam.

Tenho essa coisa que faz um nó na garganta,
Seca a boca e inunda os olhos.
As mãos tremem no compasso do coração
E a cabeça fica em disparada, tentando descobrir a razão.

Essa coisa não é vontade,
É pura ansiedade.

Mas ansiedade sem motivo aparente
Não pode ser denominada,
Nem solucionada.
É apenas coisa.

E o que é uma coisa?
É tudo aquilo que não tem nome,
Porque não devia importar.
Mas de tanto incomodar,
Temos a necessidade de nomear.

E como falar de algo que não é, apenas está?
Chamamos de coisa,
Já que não sabemos explicar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Reconhecimento

Eu me conheço bem. Ou seria melhor dizer que sei exatamente quem sou neste momento? Porque em alguns minutos, posso tornar-me irreconhecível. Crescer, regredir... Ou apenas mudar.
O ser é muito subjetivo, e está sujeito a constantes mudanças. Ou inconstantes. Aliás, a graça está justamente aí. Nisso de não se poder definir. A minha magia é a capacidade de mutação. Mudo o tempo todo, por qualquer razão.
Basta ouvir uma música, ver um filme, ler um texto, reencontrar alguém... E pronto! Já houve a mudança. Parece que soa um ‘clic’ na minha cabeça, e não sou a mesma pessoa. De um segundo para o outro, estou transformada, reinventada.
Talvez seja por isso que eu lido bem com paixões. É como uma topada. Desestabiliza, dói e incomoda. Mas logo depois, passa. E o máximo que acontece é você ter cuidado ao usar aquela sandália de novo, porque não tem boas lembranças de quando a calçou pela última vez.
Adoro metáforas! Fazem tudo parecer mais simples. As preocupações tornam-se bobas. E eu curto demais o que é simplificador. Afinal, tem coisa mais impulsionadora do que sentir-se idiota? Tratamos imediatamente de seguir. Para trás ou para frente. Mas saímos da inércia.
Eu estou sempre me importando com besteiras. Então, estou sempre em movimento. Senti, pensei, escrevi... Montes de nada. Mas o meu nada tem conteúdo. O meu nada faz diferença. Então, aproveite. E tente viver a sua mudança, qualquer que seja.
Porque eu já mudei. Não sou a mesma pessoa que começou a escrever esse texto. Agora não me reconheço... Sou mais leve, mais inteira, mais clara até mesmo pra mim.




segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vamos?



Vamos embora comigo?
Dê-me a mão agora
E procuremos um abrigo

Seja num prédio, casa, cabana ou chalé
Se prometeres vir, pouco importa-me o destino,
Irei ainda que a pé.

De frente para o mar,
Cercado por um jardim,
No meio dos bichos,
Ou entre construções
Que diferença faz a paisagem,
Se o meu amor não está só de passagem?

Meu coração fica em festa
Só de imaginar-me vivendo contigo
Ainda que uma vida modesta.
Não me agüento em mim,
Sinto uma alegria sem fim!

E então?
Vamos embora comigo?
Dê-me sua mão agora
E sigamos para o nosso abrigo.