E, de novo, me vem a vontade de chorar. Aquele velho e conhecido choro engasgado, preso, inibido. É preciso liberar as lágrimas enraizadas em minh’alma. É preciso libertar-me de toda a angústia. É preciso mais do que apenas sobreviver.
Deixo ir tudo o que se excede em mim. Deixo cair, sair, fugir. Mais do que deixar, praticamente rogo para que se vá, e logo, sem demora, sem drama, sem pausas. Permito-me transbordar e assim, expulsar os maus fluidos. A mágoa, a dor e a tristeza, que sigam seus caminhos sozinhos. Não serei mais acompanhante, nem moradia.
Voltarei a ser o que fui outrora. Sensível, amável... humana. De nada serve enfrentar o mundo, sem enfrentar a si próprio. O excesso de força anula a doçura. E endurecer é fácil. Sobreviver também é fácil. Difícil é ter humanidade e viver com verdade.