Quem sou eu

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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Clichê


           


              Talvez o problema nem se chame saudade, Seria mais cabível que atendesse por tristeza mesmo. Porque o pior não é a sua ausência por si. O que me dói é a falta de esperança em te ter de novo. Eu, que ao seu lado, senti-me diferentemente especial, agora sinto- me comumente descartável... Minha sina são os clichês de corações partidos e amores perdidos.
                Na época, racionalizei, e pensei não haver dificuldade em seguir distante de você. Pensei no nosso encontro apenas como um capítulo em meio aos tantos da vida. E, de fato, foi bastante fácil não lembrar você. Ao menos nos três primeiros dias. Mas este quarto dia de abstinência sua... Tem me doído um tanto. O “só por hoje não pensarei em você” não é mais eficaz.
                Não me recordo de sua fisionomia, tampouco da sua voz, gosto ou cheiro. Sério. Seu cheiro também não me palpita mais. Acho que ele se foi naquele nosso último dia ao telefone. Deve ter partido no momento em que você disse precisar de um tempo. Um tempo sem mim. Um tempo sem nós.
                Por ora, evito qualquer lugar que seja particularidade sua. A vontade desesperada de te encontrar casualmente como de outra vez, já não vigora. Tenho preferido evitar lugares a que você vai, bem como aos que fomos.
                Não cometa o erro de precipitar-se em acreditar que permaneço a mesma. Engano seu. Minha mudança pode ser acompanhada a olhos nus. Os milhares de carros pretos nas ruas, já não captam minha atenção. Parei de criar motivos diversos e inócuos para cruzar sua casa. Não analiso mais as antigas trocas de carinhos na tentativa de perceber quando nos perdemos.
                Hoje bateu saudade. Sabe, a falta de você enfim me incomoda. Cheguei a pensar que não passaria por isso desta vez. Enganei-me. Você foi, deixando-me do lado avesso e eu ainda não descobri como restabelecer-me por minha conta.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fragilidade

Ela perdeu o equilíbrio por você. Não se sente nem um pouco culpado? Eu sei que nada disso foi pensado, mas olhe só para ela. Tão frágil... Deixou-a tonta, derretida e desnorteada. Acabou pegando o caminho errado da volta. Você sabe o quão firme ela é e que nem pensa em admitir sua fraqueza, mas olhe só para ela... Tão frágil.
A falta que ela sente de você é absurda. Absurda em intensidade e na falta de nexo. Simplesmente não faz sentido. Por que sentir sua falta? Falta do que, aliás? Ela responde com lágrimas nos olhos, que a sua ausência dói. Queria ter sido pra você, alguém que não conseguiu ser. E queria ter de você o que ninguém mais teve. Sim, eu sei o que irá dizer: vida que segue, não há sofrimento que não se esvaia. A dor de agora é passageira, como as outras foram... Mas olhe só para ela. Tão frágil.
 Eu precisava vir aqui, te dizer, te mostrar quão doída ela está. Neste momento, procura por seus cacos espalhados na estrada e tenta encontrar o caminho de casa. Não quer mais aventurar-se por terras que lhe parecem estranhas. Deseja resgatar a monotonia e segurança do conhecido. Acabou por descobrir as vantagens da mesmice. Nem se quisesse teria condições de continuar a viver por você, olhe só para ela... Tão frágil. 


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Só o desabafo de uma mulher Só.

Por que ser dói tanto? Quem tem verdade deveria ser vangloriado, não castigado. Por que se abrir machuca? Por que acreditar fere?
Podem falar da paz que há na solidão... Podem citar o ditado “antes só do que má acompanhada”... Podem dizer que não preciso de ninguém... Eu preciso e assumo. Falem o que quiser, eu sei o que sinto, como sinto e a dor que sinto.
Não vejo graça em estar sozinha. Não agüento mais olhar o celular para perceber a ausência da mensagem que nunca irá chegar. Não suporto mais vigiar redes sociais de quem sequer se lembra de mim. Não posso mais viver assim. Não vou me permitir deixar de viver, assim.