Eu sei
Que é pra
frente que se anda
Mas eu mais
pareço um caranguejo
Tento sair,
fugir, partir
Mas é só o
passado que eu vejo.
Eu sei
Que para
ser feliz, é preciso se abrir
Mas quanto
mais forço o casulo,
Mais me
enterro em dez, cem,
Mil bonecas
russas em mim.
Eu sei
Que a fé de
alguém já moveu montanhas,
Que quem
acredita sempre alcança,
Mas comigo
isso não funciona.
Eu sei
Que dor de
amor dói no coração,
Mareja os
olhos e inspira canção.
Mas em mim,
não.
Machuca o
estômago, fere como úlcera
Parece mais
doença ao invés de paixão.
Eu sei
Que
não gosto de poesia
E rima me
irrita,
Mas é pra
ela que eu corro quando vem o grito
E no
sufoco,
Permito-me
destrinchar frases mal formuladas
Em rimas
pouco pensadas.
Eu sei
Que desejo
um conto de fadas,
Uma
história pra contar emocionada,
Uma música
pra me sentir embalada
Mas na
minha tragicomicidade,
A comédia
rouba a cena de romance
E eu acabo sempre frustrada.
E eu acabo sempre frustrada.