Quem sou eu

Minha foto
“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Palco

    


     Estou extasiada. E cansada, muito cansada. Meu corpo inteiro dói e eu sonho com o momento de me jogar na cama. Mas, como disse, estou em êxtase total.
     Desde pequena, eu sei que meu lugar é no palco, e o que eu almejo é viver mais de cem vidas nesta vida. Meus desejos são muito maiores do que eu, e somente o que eu vivo, nunca me satisfará. Eu quero mais, bem mais, tão mais!... Quero ser muito de tudo. Quero viver mais do que a minha vida. Quero amar mais do que o meu amor. Quero mostrar toda a minha maldade, sem ter que magoar ninguém. Quero sentir o sabor das coisas e das pessoas. Quero cantar alto, dançar sem pudores e não medir as palavras. Quero todas as possibilidades que existem. E as que não existirem, eu quero inventar.
     Mentem aqueles que dizem ser o ator quem dá vida ao personagem. Na verdade, é o personagem quem traz vida ao ator. Na pele de Eleuzina e Ivone, me sinto mais presente do que em qualquer outro momento do dia. Vem delas a minha força, minha postura e minha ternura. Saio das cenas trêmula, por causa da intensidade dessas mulheres. E realizada, pela certeza de um trabalho bem feito. Sei que as entradas delas ainda não estão perfeitas, mas tenho consciência de que estou me doando ao máximo. Nada exige tanto de mim quanto elas, no momento. E nada me faz tão feliz, quanto estar em cena.
     O teatro me proporciona sensações que eu jamais sequer imaginei existirem. Quando paro para pensar, é difícil entender como consegui viver tanto tempo sem este sentimento de felicidade plena. Sinto-me completa, inteira e realizada. Este é apenas o começo da concretização de um sonho que havia sido postergado, e agora tomou completamente as rédeas da minha vida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010



Sou um turbilhão de emoções,
Ideias,
Opiniões,
Sentimentos,
Sensações,
Gritos,
Silêncio,
Ausência,
Presenças,
Verdades,
Enganos,
Liberdade,
Censura,
Luz,
Agitos e calmarias
Só não sou, nem por um segundo,
Vazia de qualquer coisa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Oração

Pai nosso, que estais no céu
Peço fé,
Para que eu consiga seguir sempre em frente.
Saúde,
Para que eu suporte os tão pesados fardos da vida.
Paz interior,
Para que eu tenha clareza no meu caminhar.
Proteção à minha família,
Para que nós permaneçamos unidos.
Luz,
Para que eu possa também iluminar a outras pessoas.
Segurança,
Para que eu não fraqueje na realização das minhas missões.
Força,
Para que eu não desista nos próximos obstáculos.
Paixão,
Para que eu tenha motivação na vida.
Humildade,
Para que eu possa reconhecer as minhas infinitas imperfeições.
E coragem,
Para que eu possa também superá-las.
Peço pureza,
Para que eu sempre sinta a verdade.
Sensibilidade e atitude,
Para que eu não me cale diante das injustiças.
Amor, para que eu consiga viver.
E não me deixeis cair em tentação, mas livrai-me de todo o mal.

Esta é uma oração que se restringe a pedidos.
Queria desculpar-me por isso, mas estaria apenas acrescentado mais um pedido à minha já grande lista. Por isso, limito-me a agradecer. Por tudo.

Obrigada, Pai, meu Pai do céu
Eu quase me esqueci
Que o seu amor zela por mim
Que seja feito assim.




   Este texto já foi escrito há bastante tempo, e estava guardado no meu pequeno acervo. Mas hoje me sinto na obrigação de homenagear Santa Luzia de alguma forma. Ela, que me ajudou tanto e segue sempre junto a mim. Obrigada, Nossa Senhora.
   Os descrentes que me perdoem, mas eu tenho muita fé. Em Deus, em mim e na vida.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fim de Mim

Esfacelada pela tristeza,
Enrosco- me em torno de mim.
Fecho os olhos.
É difícil respirar.
Viver se torna um sacrifício.
A vida sempre foi um desafio,
Mas agora, é difícil respirar.
Meu corpo está inerte
Preso
Pausado
Trancado
Só o que se move são as palavras.
O pensamento não pára nunca.
Nunca
O fluxo das ideias é intenso e crescente.
Fico tonta
Confusa
Desnorteada
E então, surto.
Grito
Mas não encontro minha voz.
Choro
Mas as lágrimas não afloram.
Está mais difícil respirar.
Estou imóvel
Pesada
Calada
Fechada
Arruinada
Arrasada
Desgraçada
Despedaçada
Destruída
Fraca
Triste
...
Parei de pensar.
Me faltam as palavras.
Não consigo respirar.
De mim, não resta mais nada.


sábado, 27 de novembro de 2010

Os meus, os seus, os nossos

         O tempo estava fechado no Rio. Nuvens densas de chuva e trovoadas fortes assustavam a população. Pelo menos, deveriam estar assustando, mas ninguém parecia sequer perceber isso. Qual carioca, no dia 25 de novembro de 2010, reparou no céu? Estavam todos ocupados olhando cautelosamente para os lados, a procura de transeuntes suspeitos ou aglomerações policiais. O clima apenas acompanhou a tensão na cidade, que aumentava a todo momento. A Cidade Maravilhosa estava declaradamente em guerra.
         A imprensa brasileira transmitiu ao vivo cada novo acontecimento daquele dia conturbadíssimo. Tiroteios, veículos incendiados, civis atingidos, criminosos em fuga... Eram cenas nítidas de uma guerra civil.
Da televisão, acompanhei o momento em que os policiais chegaram às comunidades. O sentimento que deveria traduzir este momento deveria ser alívio, mas não foi. A angústia crescia a cada segundo e o medo apoderava-se das pessoas. Polícia militar, BOPE, tanques da marinha, polícia federal, exército... Nada parecia controlar a situação, que se tornava mais e mais caótica. Nas ruas, notava-se claramente os olhares apreensivos e as expressões de pânico. As horas arrastavam-se, e aquele dia histórico de horror, parecia não ter fim.
É apavorante a possibilidade de que alguém amado por mim sofra com essa violência gratuita, explícita, descarada. Porém, ainda mais estarrecedor, é pensar nas mais de 400 mil pessoas que vivem no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro.
Sinto uma tristeza profunda só de imaginar-me no lugar daqueles moradores. E um pouquinho de vergonha também, por reconhecer-me incapaz de encarar essa realidade com a força deles. Há quem diga que é natural para essas pessoas tudo o que está acontecendo, mas eu não acredito nisso. Ninguém se acostuma com o som de tiroteio. Ninguém se acostuma a ir para o trabalho deixando os filhos em casa, em risco. Ninguém se acostuma ao abuso de poder dos policiais. Me desculpem os conformistas, mas eu não acredito que alguém se acostume a viver nas trincheiras dessa guerra aparentemente infinita.
O que me torna diferente daquela gente? O que me faz ser merecedora de viver se não em paz, ao menos com alguma tranquilidade? O que faz de mim especial? Por que a minha vida é tão mais fácil do que a deles? A injustiça óbvia nos fecha a garganta, mareja os olhos e embrulha o estômago.
No fim, todos nós saímos perdendo de alguma forma. E todos vamos seguir com cicatrizes, não só desse dia, mas desta época que estamos vivendo. Só o que posso dizer, é que eu sinto muito. Por mim, pelos meus amores, por você, pelos seus familiares, pelos nossos amigos, pelos moradores daquelas comunidades, pelas tantas pessoas que os amam, pelos profissionais em combate e também pelos criminosos, que acabam sendo vítimas dos próprios atos. Eu sinto muito pelo Rio de Janeiro, a eterna Cidade Maravilhosa, que abriga uma guerra sem vencedores iminentes.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Palco da Vida

"Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá à falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da  própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer "eu te amo". É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!"

Fernando Pessoa

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Real

Real, pra mim,
É tudo aquilo que eu posso sentir
Real é o que eu vivo dentro e fora de mim
Real é tudo que posso perceber com meus sentidos
Real é o que faz sentir- me viva
Real é o que me faz explodir em intensas emoções

Se posso ver o seu rosto,
Ouvir a sua voz,
Sentir o seu cheiro,
O seu gosto,
E a sua pele na minha,
Por que insistem em dizer- me que ele não é real?
Por que sentí- lo de dentro pra fora,
Ao invés de fora pra dentro
Invalida a realidade?

Pois, real, para mim,
É tudo que é verdadeiro.
E ele é toda a minha verdade.
Não há nada no meu mundo que seja tão real quanto ele é,
Ainda que eu não seja a sua realidade




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lembranças

Sonhei com você na noite passada. Não mais um dos meus sonhos malucos, dessa vez, foi absolutamente real. Bom, pelo menos, assim me pareceu. Você me abraçava, beijava a minha testa e dizia para deixarmos tudo o que aconteceu, lá no passado. Você dizia que superou o que quer que fosse, e que sente muito a minha falta.
Se eu não desejasse tanto consciente quanto inconscientemente que isso acontecesse, seria cômico. Mas não é. Acordei confusa, desorientada e cheia de saudade. Não de você, saudade da nossa antiga amizade, há muito tempo perdida. Saudade da cumplicidade, dos abraços protetores, das palavras de carinho,e  até das suas grosserias. Saudade de te ter por perto; de caminhar na praia conversando sobre tudo, ou sobre nada mesmo. Saudade das suas broncas, insistentemente me mandando estudar; das nossas (inúmeras) discussões e brigas; de você reclamando da minha mania de cheirar as pessoas. Ah, que saudade da sua indignação contra quem me machucava! Que saudade...
Você gostava tanto de mim... Como pôde me deixar daquela maneira? Eu nunca consegui entender. E é justamente isso que me entristece. Tenho certeza de que superestimei a importância que tinha na sua vida. Se você sentisse por mim o mesmo que eu sinto por você, nunca teria sumido.
            Já senti raiva e mágoa, mas agora acabou. Para ser sincera, nem sei dizer como me sinto exatamente. Se é que isso tem nome. Aliás, não sei se prefiro que você finja que eu não existo, ou que fale comigo como se eu fosse apenas uma conhecida... Que não fez a menos diferença.
As lembranças aparecem, a tristeza bate e a saudade transborda.
Passaram- se anos, e acho que a essa altura, talvez eu nem queira que você volte pra mim. Eu mudei bastante, você deve ter mudado também. De qualquer forma, não conseguiríamos ter a mesma relação de antes. O tempo passou, nós crescemos, nos perdemos, e a amizade prescreveu.





 
Mentiras 
(Adriana Calcanhotto)

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o Diabo
Eu quero acordar sua família
Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu rosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua
Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim"






sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Jeito Deles



     O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? Mistério misterioso. Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados. Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado. Tem que ser  inteligente e... algo mais. O que é este algo mais? Mistério decifrado: é o jeito.
    A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos azuis, como se estivesse em câmera lenta.
    O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso.
    Pelo meu primeiro namorado, me apaixonei porque ele tinha um jeito de estar nas festas parecendo que não estava, era como se só eu o estivesse enxergando. O segundo namorado me fisgou porque tinha um jeito de morder palitos de fósforo que me deixava louca – ok, pode rir. Ele era um cara sofisticado, e por isso mesmo eu vibrava quando baixava nele um caminhoneiro. O terceiro namorado tinha um jeito de olhar que parecia que despia a gente:
não as roupas da gente, mas a alma da gente. Logo vi que eu jamais conseguiria esconder algum segredo dele, era como se ele me conhecesse antes mesmo de eu nascer. Por precaução, resolvi casar com o sujeito e mantê-lo por perto.
    E teve aqueles que não viraram namorados também por causa do jeito: do jeito vulgar de falar, do jeito de rir – sempre alto demais e por coisas totalmente sem graça –, do jeito rude de tratar os garçons, do jeito mauricinho de se vestir: nunca um desleixo, sempre engomado e perfumado, até na beira da praia. Nenhum defeito nisso. Pode até ser que eu tenha perdido os caras mais sensacionais do universo.
    Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar. Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.


(Martha Medeiros)





Não tenho escrito esses dias, mas me senti relapsa com esse espaço. O meu espaço.
Estou naqueles momentos nos quais não temos vontade de falar, de fazer. Só desejo ouvir, ler, sentir, absorver. 
Deixo hoje, portanto, um presentinho para vocês! Presentinho não, PRESENTÃO! Martha Medeiros sempre nos acaricia com suas palavras. Seus textos, além de serem deliciosos para se ler, trazem leveza à alma, e nos proporcionam um sutil sorriso nos lábios.
Na falta de um novo texto meu, delicio vocês, meus amigos, com uma das minhas grandes ídolas.

domingo, 7 de novembro de 2010

Estranho Vazio




Há dias em que sou preenchida somente pelo vazio
Sei que isso soa contraditório,
Mesmo fazendo todo sentido.
As palavras não alcançam a intensidade daquilo que se passa em mim
Ou deveria dizer 'daquilo que não se passa'?
Dentro da minha imensidão e da complexidade do que sou,
Apenas há um buraco
Um poço profundo, no qual me afundo.
Hoje é um desses dias
Estou repleta de um vazio que me sufoca
Um vazio denso, tenso, inquieto
Uma massa pesada e disforme, que não faz parte de mim
Mas, mesmo assim, me ocupa, me incomoda, me silencia.
Não penso, não ajo, não falo
Hoje, apenas sinto esse estranho vazio palpável.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Recomeço do início

Tudo começa agora.
A vida recomeça a cada dia.
Não é preciso que se faça novas amizades,
Que se ganhe um aumento de salário,
Que se mude de emprego,
Que se destrua a rotina,
Ou que se tenha uma grande novidade.
A vida se renova por si só.
Ela não precisa de que nós a ajudemos,
Apenas há a necessidade de que vivamos.
Gargalhadas,
Pessoas,
Sonhos,
Toques,
Cheiros,
Abraços,
Músicas,
Histórias,
Cores.
Cada segundo é único e precioso.
Esforce- se para viver bem.
Sinta a vida que pulsa dentro de você.
Sinta os batimentos do seu coração,
O ritmo da sua respiração.
Sinta e perceba o quanto é magnífico estar vivo,
E, mais ainda, sentir-se vivo.
As pessoas são como música,
Cada qual com a sua própria melodia.
Se o que você ouve não é o que te agrada,
Simplesmente mude o tom.
Enrijeça ou amoleça,
Acelere ou desacelere,
Mude o que for necessário
Para que você dance conforme a sua música.
Não perca tempo,
Mas também não se desespere.
Afinal, a vida recomeça a cada dia.
Tudo está apenas começando.



sábado, 30 de outubro de 2010

Gente

Não confio nas pessoas.
Pessoas são hipócritas,
Mentem,
Agem por conveniência,
Ocultam o que pensam.
Pessoas não sentem o que vivem, nem vivem o que sentem.
Pessoas inibem o riso e controlam o choro,
Mudam as palavras,
Editam os discursos,
Escondem a verdade.

Não confio em quem fala sem pensar
Nem em quem pensa para falar

Gosto de gente que diz o que pensa,
Que tem espontaneidade.
Gente que se deixa levar pelas emoções,
Que olha nos olhos quando conversa,
Que se expressa, fala e sente na mesma vibração.
Gente que tem ritmo, sintonia, equilíbrio.

Me encanta quem tem transparência,
Quem tem calor nas palavras,
Quem tem luz, brilho e verdade.
Me encanta quem faz questão de ser o que é.
Quem se mostra, ao invés de se esconder.
Quem se joga, mesmo com o risco de despencar.
Me encanta quem é mais do que gente,
Quem tem humanidade no coração e clareza na mente.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aos meus Amigos

     Hoje parei para pensar no tempo que se passou. Lembrei da minha adolescência, principalmente. Pensei nas conversas que tive, nas paixões que vivi, nos trabalhos que apresentei, nas festas que fui, nas brincadeiras que participei, nos amigos que fiz. Ah, os amigos. E que amigos! Pessoas que, ao conhecer, não poderia imaginar a diferença que fariam na minha vida. Nem a importância que teriam.

ÉRICA - Era tão tímida e recatada, que seria impossível saber que se tornaria a mulher que é. Agora, em vias de se formar em nutrição, ela se mostra linda, inteligente, batalhadora, e ainda mais amiga, mais maravilhosa. Ela é o meu porto seguro. Aquela que aconselha, apoia, incentiva e protege em todos os momentos.

JULIANA (cefet) - Foi a que mais mudou desde que conheci. Ela era tão quieta, reservada, mimada, insegura, carente, sensível... É absurda a diferença! Se tornou uma mulher que tem as rédeas da própria vida nas mãos. Estuda farmácia, e adora o que faz. Ela é tão forte, tão decidida, tão inteligente, tão querida por mim!

JULIANA (svp) - Lembro- me perfeitamente de quando ela fez o teste pra 'Malhação'. Ela me contou, e pediu que eu não comentasse com ninguém, pq sua avó disse que poderia atrair "olho- gordo". Muito certa a avó da Jú. Que grande artista ela se tornou! E que pessoa incrível ela continua a ser! Cada vez que a vejo em um trabalho novo, meu coração se encolhe de saudade, mas quase explode de orgulho e felicidade por ela.

CAMILA - Era uma menina loirinha, com rosto de boneca, que desejava ser advogada. Meio imatura, eu achava quando a conheci. Um tanto quanto irritante também. Mas o que podeira ser feito para impedir essa amizade? Ela é a minha alma- amiga- gêmea. Minha irmã do coração. Costumam ser dela as minhas melhores risadas, a minha maior torcida e a minha maior admiração. Ela também mudou, em vários aspectos... Todos pra melhor. Daqui a alguns anos, ela se formará em engenharia e estará trabalhando numa grande empresa. Nossa, como isso soa estranho! Porque, sim, ela mudou. Mas continua sendo a menina loirinha, com rosto de boneca, afinal.

THAÍS - Aos sete anos, quando nos conhecemos, ela era uma criança bastante grande. E continua grande, só que agora, em outros sentidos. Aliás, grande não. Enorme, imensa, gigante. Como pessoa e como amiga. O engraçado é que, quando pequenas, sequer costumávamos brincar juntas, porque, enquanto ela era totalmente molequinha, eu tinha síndrome de princesa. Não sei de onde vem esse carinho que sinto por ela. Também não sei porque ela vai a todos os meus aniversários, nem porque a gente se fala em todo Natal, dia do amigo e viradas do ano. Vai ver, eu a queria ter sempre por perto, por ela ser assim... Iluminada, iluminante.

LETÍCIA - Enquanto na maioria das vezes, a vida causa desencontros, no nosso caso, foram somente encontros. Essa garota é uma referência para mim. Inteligente, dedicada, esforçada, admirável. Seu destino não poderia ser diferente. Este ano ela começou a cursar medicina, e é o maior dos meus orgulhos. Além de uma das minhas maiores alegrias também, porque acho que não conheço ninguém que merecesse mais essa conquista.

CARLA - Era indecisa e insegura, mas sempre foi a mais fiel das amigas. O tempo e a distância bem que se esforçaram para nos afastar, mas não tiveram sucesso. Convivemos em 2004, e estamos há seis anos nos vendo muito raramente. Como mantivemos esse vínculo, eu não faço ideia. Só sei que sinto uma saudade cortante da minha amiga.

     À todas essas mulheres maravilhosas, e à algumas outras que não foram citadas, o meu muito obrigada!
     Obrigada por integrarem a minha vida, por terem construído uma parte do que eu sou, por me orgulharem, me auxiliarem e me terem como amiga também!
     Não sei o que acontecerá daqui para frente. Se o presente já me surpreende de tal forma, não consigo e nem quero tentar projetar o futuro. Apenas sei que continuaremos seguindo nossas vidas. E, como eu disse antes, a vida tende aos desencontros, e não aos encontros.
    Mas, se um dia, os meus filhos me perguntarem quem são aquelas pessoas nas fotos, eu irei sorrir e responder: "Elas são a melhor parte de mim".
     Para todo o sempre, vou amá- las.




You've Got A Friend
(Carole King)

"When you´re down and troubled
and you need a helping hand
and nothing, whoa nothing is going right.
Close your eyes and think of me
and soon I will be there
to brighten up even your darkest nights.

You just call out my name,
and you know wherever I am
I´ll come running, oh yeah baby
to see you again.
Winter, spring, summer, or fall,
all you have to do is call
and I´ll be there, yeah, yeah, yeah.
You´ve got a friend.

If the sky above you
should turn dark and full of clouds
and that old north wind should begin to blow
Keep your head together and call my name out loud
and soon I will be knocking upon your door.
You just call out my name and you know where ever I am
I´ll come running to see you again.
Winter, spring, summer or fall
all you got to do is call
and I´ll be there, yeah, yeah, yeah.

Hey, ain´t it good to know that you´ve got a friend?
People can be so cold.
They´ll hurt you and desert you.
Well they´ll take your soul if you let them.
Oh yeah, but don´t you let them.

You just call out my name and you know wherever I am
I´ll come running to see you again.
Oh babe, don´t you know that,
Winter spring summer or fall,
Hey now, all you´ve got to do is call.
Lord, I´ll be there, yes I will.
You´ve got a friend.
You´ve got a friend.
Ain´t it good to know you´ve got a friend.
Ain´t it good to know you´ve got a friend.
You´ve got a friend."

sábado, 23 de outubro de 2010

TEATRO

    A linha que separa a realidade da ficção é surpreendentemente tênue. É lindo e encantador ser agraciado com a possibilidade de fazer teatro. As histórias criadas são executadas com tamanha força e precisão de detalhes, que se torna impossível afirmar que não acontecem. Pois, quando na pele de um bom ator, o personagem ganha vida, forma, aparência e personalidade própria. E então, do texto para o palco, aquilo tudo se torna real. Toda a imaginação passa a ser verdade.
   A delícia de sair de si e estar na vida de outra pessoa, vale todas as atividades desagradáveis que temos de cumprir diariamente.
Que alegria é atuar! Que delícia! Que paixão!...



MERDA
(Caetano Veloso)

"Nem a loucura do amor, da maconha, do pó, do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator quando abre-se em flor sob as luzes no palco
Bastidores, camarins, coxias e cortinas
São outras tantas pupilas, pálpebras, retinas
nem uma doce oração, nem sermão, nem comício à direita ou à esquerda
fala mais ao coração do que a voz de um colega que sussurra merda

noite de estréia, tensão, medo, deslumbramento, feitiço, magia
tudo é uma grande explosão, mas parece que não
quando é o segundo dia
já se disse não foi uma vez, nem três, nem quatro
não há gente como a gente, gente do teatro
gente que sabe fazer a beleza nascer pr'além de toda perda
gente que pôde entender para sempre o sentido da palavra merda

merda, merda pra você, desejo merda
merda pra você também, diga merda e tudo bem
merda toda noite e sempre, amém. "


http://www.youtube.com/watch?v=jZ-LbnXxKvA