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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fragilidade

Ela perdeu o equilíbrio por você. Não se sente nem um pouco culpado? Eu sei que nada disso foi pensado, mas olhe só para ela. Tão frágil... Deixou-a tonta, derretida e desnorteada. Acabou pegando o caminho errado da volta. Você sabe o quão firme ela é e que nem pensa em admitir sua fraqueza, mas olhe só para ela... Tão frágil.
A falta que ela sente de você é absurda. Absurda em intensidade e na falta de nexo. Simplesmente não faz sentido. Por que sentir sua falta? Falta do que, aliás? Ela responde com lágrimas nos olhos, que a sua ausência dói. Queria ter sido pra você, alguém que não conseguiu ser. E queria ter de você o que ninguém mais teve. Sim, eu sei o que irá dizer: vida que segue, não há sofrimento que não se esvaia. A dor de agora é passageira, como as outras foram... Mas olhe só para ela. Tão frágil.
 Eu precisava vir aqui, te dizer, te mostrar quão doída ela está. Neste momento, procura por seus cacos espalhados na estrada e tenta encontrar o caminho de casa. Não quer mais aventurar-se por terras que lhe parecem estranhas. Deseja resgatar a monotonia e segurança do conhecido. Acabou por descobrir as vantagens da mesmice. Nem se quisesse teria condições de continuar a viver por você, olhe só para ela... Tão frágil. 


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