Acabou. Já não há tristeza, ansiedade ou vontade. Os olhares
que outrora se encontravam, agora sequer se procuram. Já não há expectativa,
nem suposições. Os codinomes e metáforas se perderam em meio às entrelinhas.
Não, já não há beleza nem alguma poesia. Acabou até mesmo minha energia.
O
sentimento que me faz vigília imperante é a frustração. E, sinceramente, eu nem
tenho tentado resistir. Não que eu curta a dor, como os poetas mal amados
costumam insistir. Mas eu aprecio demais a reciprocidade para dar-me por
satisfeita com as migalhas que me tens oferecido. Aprendi a ser assim. Depois
de tanto amor não recebido, a gente aprende a perceber quem é fonte e quem
secou. E você, sinto dizer, jamais jorrou amor.
É
justamente o que preciso: um laço infindo. Então, não adianta te procurar, me
estreitar, nem tentar nos acertar... Não funcionará. Estamos fadados a não ser,
é um fato. Posso tentar me inspirar no seu comodismo e chamá-lo de paciência. Bem,
se você o chama de bom senso, chamo também o meu como quiser.
Acabou.
Se não há borboletas desnorteadas no estômago, perde o sentido. Se não me deixa
tonta, cadê a graça? Se faz sofrer, já não tem porquê. Acabou o eu e você que
nunca nos tornou nós. Não aconteceu porque não haveria de acontecer. E não, eu
não vou mais tentar te - ou me - convencer de que ainda pode ser. Acabou.
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