Quem sou eu

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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

domingo, 18 de dezembro de 2011



Ela vivia de amores, paixões, dores e tesões. Foi assim desde sempre, desde que se conhece por gente. Sofreu, se magoou, se precipitou, se enganou... E enrijeceu. Mesmo ainda adocicada, ela desistiu de montar seu próprio conto de fadas.
Isso porque o tempo passou, e ela cresceu. Poderia dizer que também amadureceu, mas não foi exatamente assim. Seu coração, antes pertencente ao mundo, agora é só dela. Está muito bem guardado e protegido, para que não seja mais displicentemente tomado e depois abandonado.
Ela está mais desacreditada na vida, e talvez, nela mesma. Seus sonhos, que antes soavam como projeção do futuro, agora não passam de claras utopias... Pensa que sonhar tira o foco da realidade, ao invés de alimentar a vida e a alma.
No que resultou tamanha passionalidade vivida? Em decepções, lágrimas e olhos inchados. Mas ela não está mais disposta a se permitir sair do chão. Mantém seus pés firmes, cravados como raízes, em terras conhecidamente férteis.
Ela tornou-se egoísta e possessiva. Seus sentimentos são somente dela. Suas dores e amores são sofridos no silêncio de uma alma já emudecida. Emudecida. Endurecida. Entristecida.

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