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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Saudosismo

Que saudade!... Mas a de hoje, não é igual à de sempre. Hoje é diferente. É a percepção da ausência, sem a lembrança da presença. Você entende? Porque a saudade comum é proveniente da memória afetiva, mas o incômodo no meu peito advém da curiosidade, da vontade, do desconhecido.
A minha saudade é outra. Sinto falta de pessoas que não conheci, momentos que não vivenciei, paisagens que não admirei, sabores que não provei, lugares que não visitei, palavras que não escutei, histórias que não li, músicas que não ouvi, emoções que não senti, decisões que não tomei... Sinto falta de tudo que eu nunca vivi.
Essa é a saudade daquilo que eu poderia ser, mas não sou. A saudade de quem eu seria e do que teria vivido, caso as minhas escolhas fossem diferentes. É a saudade que não funciona no campo da memória, mas sim na imaginação.
Sou apaixonada pelo que é incerto. A certeza torna a vida monótona, entediante. A dúvida não. Esta é instigante. Adoro as frases que começam com o se. Se eu fosse, se eu ficasse, se fizesse, se acreditasse... Ah, que delícia! São tantas as possibilidades!
O gostoso da vida é viver. Escolher, arriscar, fazer. Errar, voltar, aprender. E sim, às vezes, acertar. Mas sempre buscar por mais, nunca se contentar.


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