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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Tanto de nada


Acredite, ele ainda pensa em você todos os dias. E te sente. E te sofre. Te vive e revive a cada minuto. Mesmo não te procurando. Mesmo fingindo estar tudo bem. Você não é passado, é presente. De grego, presente ingrato, mas presente. Queria ele poder voltar no tempo e te devolver... Ah! Quem o dera as coisas fossem tão simples assim.

É difícil de acreditar, quando más línguas já foram te informar sobre como ele está. O registraram em tantas noites, com tantas mulheres, distribuindo tantos sorrisos. Mas homens são assim mesmo, ele te diria. Homem que é homem não curte sofrimento gratuito. Homem de verdade não fica em casa, chorando pela mulher que não tem. Homem vai para a rua, conquistar novas. É esse o processo, você devia saber.

Mas não se engane, menina. Esses sorrisos são sofregamente estampados. Imagine ter que forçar 28 músculos concomitantemente durante uma noite inteira. É esse o preço que ele paga por desfilar a felicidade que não tem. Além de ter que se fazer interessante e interessado pelas mulheres que tão pouco o interessam. Ele não deixa de te viver nem por um segundo, apenas cumpre a fachada social que precisa aparentar, por ser homem.

Você jamais ouviria a respeito de sua reclusão, tristeza profunda, nem amor sentido. Ele nunca se permitiria ficar em casa, ouvindo música e lembrando vocês. E você sabe disso. Aliás, foi por esta faceta pela qual se apaixonou. Viu nele masculinidade, virilidade, desprendimento, e se encantou.

Querendo te acalentar, acho que acabei por piorar tudo. Dor doída na gente, dói. Mas dor doída no outro, fere a alma. Afinal, o que incomoda mais? Pensar que ele não te sente, pois já te superou, ou que te vive diariamente? Porque é isso, acredite. Ele te sente. E te vive. E te sofre. Mas te mente.



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