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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Talvez seja isso.


Às vezes, vejo- te como ilusão. Talvez porque foges de mim ou quando apareces sem fim, sei lá. Só sei que me embaralhas como jamais pude imaginar. Vejo- te ali e ao me certificar, já não estás mais. És difícil de acompanhar.

Penso que te projeto em meu olhar. Talvez tu estejas dormindo ao invés de passear. Pois não vejo propósito, apenas observo-te caminhar tão próximo... Quase ao meu alcance... E, ao piscar, a realidade renasce e o desejo se desconstroi. Não estais lá.

Talvez jamais estivestes, ou ainda talvez meu frágil ser tenha registrado- te uma única vez e agora reflete, num querer eloquente, teu andar preciso e misterioso projetado de minha mente. Talvez seja qualquer um desimportante, mas meu querer transforme-o em ti. Ou talvez sejas tu mesmo, me escapando com tamanha facilidade, que sequer parece existir.




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