Sinto sua falta como uma parte
desprendida de mim. Perdida, mas não esquecida. Sinto sua ausência quase tanto
quanto sua presença e costumo enlaçar-me em meus braços, na tentativa de
resgatar algum qualquer resquício perdido seu.
Mas você não me deixou nada. Nem
um olhar, um cheiro, gosto ou lembrança que seja viva. Não me deixou o beijo
inesquecível, nem nossa música preferida. Não deixou nada a que eu agora
pudesse me apegar para não morrer na sua falta.
O que você deixou fui eu. Numa
nova versão do que costuma ser. Mais romântica, reclusa e menos acessível. Você
me deixou esse incessante blues no coração. Não faço outra coisa além de te
esperar, e vez em sempre, bate a dúvida se devo tentar te procurar. Insistem em
dizer-me que é preciso não esperar, para que você apareça. Mas eu não conseguiria.
Te espero enquanto te escrevo, e sinto que a cada palavra essa nossa distância
encurta. E te chamo. E te busco. E te amo, mesmo sem te conhecer. Mesmo sem
saber como nos viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário