Não, ela não é séria, responsável, nem tem uma carreira promissora. Relacionamento firme, também não tem. Às vezes, até sente a impressão de não estar construindo nada para o futuro. Aliás, outra pergunta a atormenta: É possível iniciar uma construção, sem ter o desenho final do projeto? Ela não sabe dizer.
O que ela sabe é que está trilhando o seu caminho, dando um passo de cada vez, e parando esporadicamente para admirar a paisagem ao redor. Para onde está seguindo? Ela não faz ideia. Sua vista não alcança um destino, apenas o horizonte.
A estrada havia sido suficiente para ela até ontem. Mas hoje, as cobranças gritam em sua cabeça. Como corresponder a tantas expectativas alheias? Como não decepcionar ninguém, nem a si mesma? Como levantar depois de cair? Como se machucar e nem xingar? Como se decepcionar e não chorar? Como sorrir pra quem a fez tropeçar? Como ser a mulher que esperam que ela seja?
Ela precisa escolher seus amores e curar suas dores. Ela precisa arranjar um emprego que a sustente. Ela precisa esquecer os problemas alheios e focar nos seus. Ela precisa amar, ajudar, trabalhar, estudar, perdoar, cuidar, pagar... Ela precisa devorar a vida, ou então, será engolida.
Tornar-se adulto deveria ser uma etapa, e não uma provação. Ninguém disse a ela que seria tão difícil. Pobre garota crescida, que adulteceu e nem percebeu. Está perdida no seu próprio caminho. Longe de seu próprio destino. Seguindo sozinha a sua trilha sem fim.
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