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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Condenada pela Arte


        Ah, que saudade! Que vontade de me perder em mim... E me achar em outras personalidades. Que vazio enorme sem as tantas pessoas que me habitam. Que cansaço sente o meu corpo por somente carregar a mim. Ser eu mesma dá trabalho.
        Sei é que me dói a saudade do pé no chão, da voz projetada e dos movimentos amplos. Não digo que sinto falta só dos palcos, porque é muito mais do que isso. Teatro não é feito de tábuas de madeira e holofotes.
       Teatro é feito de fé e amor. É feito de um equilíbrio que a gente nem sabe de onde vem. Teatro se faz com a voz, com os olhos e com o coração. É um grande circo de emoções, onde histórias inventadas proporcionam sentimentos reais.
       Engana- se quem pensa no teatro como mentira. Lá, tudo que se passa, é pura verdade. Verdade que cega, expande e transcende os limites da realidade. Choro, riso, frio na barriga e borboletas no estômago... Tudo de verdade.
        Essa saudade desmedida de viver o teatro, muitas vezes me transborda os olhos e aperta o coração. Mas talvez seja o certo. Talvez eu não seja boa o suficiente nisso. Talvez eu não seja talentosa. Talvez esteja tarde demais. Quando a gente racionaliza, atinge o ceticismo e se perde da magia que é fazer arte...
       Minha saudade é, na verdade, de mim. Tenho saudade daquela pessoa que fui um dia. O teatro me completa como nada, nem ninguém jamais fará. E viver pela metade não é vida que se viva... É prisão que se condena.




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