Ah, que
saudade! Que vontade de me perder em mim... E me achar em outras
personalidades. Que vazio enorme sem as tantas pessoas que me habitam. Que
cansaço sente o meu corpo por somente carregar a mim. Ser eu mesma dá trabalho.
Sei é que
me dói a saudade do pé no chão, da voz projetada e dos movimentos amplos. Não
digo que sinto falta só dos palcos, porque é muito mais do que isso. Teatro não
é feito de tábuas de madeira e holofotes.
Teatro é
feito de fé e amor. É feito de um equilíbrio que a gente nem sabe de onde vem.
Teatro se faz com a voz, com os olhos e com o coração. É um grande circo de
emoções, onde histórias inventadas proporcionam sentimentos reais.
Engana- se
quem pensa no teatro como mentira. Lá, tudo que se passa, é pura verdade.
Verdade que cega, expande e transcende os limites da realidade. Choro, riso, frio
na barriga e borboletas no estômago... Tudo de verdade.
Essa
saudade desmedida de viver o teatro, muitas vezes me transborda os olhos e
aperta o coração. Mas talvez seja o certo. Talvez eu não seja boa o suficiente
nisso. Talvez eu não seja talentosa. Talvez esteja tarde demais. Quando a gente
racionaliza, atinge o ceticismo e se perde da magia que é fazer arte...
Minha
saudade é, na verdade, de mim. Tenho saudade daquela pessoa que fui um dia. O teatro me completa como nada, nem ninguém
jamais fará. E viver pela metade não é vida que se viva... É prisão que se
condena.
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