Quem sou eu

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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (Clarice Lispector)

domingo, 13 de maio de 2012

(L)aço


Sinto que, aos poucos, aos muitos, aos trancos... Vou- me. Percebo que cada vez mais me afundo nesse poço fundo e frio dos desalmados. Pior do que sofrer, é morrer em vida, assim como estou me permitindo.
      Esse laço que nos uniu jurando eternidade, mais parece uma algema. Não consigo me libertar e ainda sou arrastada por você. Eu fico aqui, presa, pesada e parada, enquanto você consegue - de alguma forma - se movimentar. Segue seu rumo, levando a minha parte mais bonita... Aquela que ainda pulsa, implorando por vida. Que azar o meu... Que destino inesgotavelmente atrelado o nosso.
      Para ser sincera, estou me descobrindo masoquista. Não, não me orgulho disso, mas é tão torturante quanto deliciosa essa nossa proximidade. Tão proveitosa quanto perigosa... E tão desejada quanto dolorosa. Você me dói mais do que qualquer ferida física. Deixou cicatrizes profundas com suas palavras superficiais e lembranças que, de tão felizes, me entristecem.
      E o pior de tudo, admito, é isso. Tornou- me contraditória e diminuiu- me. Sou, agora, metade incompreensível de uma coisa- qualquer- sem- vida. Eu, logo eu... Logo eu que era justamente o oposto. Era inteiramente sensatez, transformei-me numa confusa pequenez.



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